Quando eu, senhora, em vós os olhos ponho,
e vejo o que não vi nunca, nem cri que houvesse cá,
recolhe-se a alma a sie vou tresvaliando, como em sonho.
Isto passado, quando me desponho,
e me quero afirmar se foi assi,
pasmado e duvidoso do que vi,
m'espanto às vezes, outras m'avergonho.
Que, tornando ante vós, senhora, tal,
Quando m'era mister tant' outr' ajuda,
de que me valerei, se alma não val?
Esperando por ela que me acuda, e não me acode,
e está cuidando em al, afronta o coração, a língua é muda.
Sá de Miranda
e vejo o que não vi nunca, nem cri que houvesse cá,
recolhe-se a alma a sie vou tresvaliando, como em sonho.
Isto passado, quando me desponho,
e me quero afirmar se foi assi,
pasmado e duvidoso do que vi,
m'espanto às vezes, outras m'avergonho.
Que, tornando ante vós, senhora, tal,
Quando m'era mister tant' outr' ajuda,
de que me valerei, se alma não val?
Esperando por ela que me acuda, e não me acode,
e está cuidando em al, afronta o coração, a língua é muda.
Sá de Miranda
2 comentários:
Essa senhora que sofre a projecção de todas as luzes, não precisa nem de palco.
Ela brilha a partir da alma.
Luíza,
Esta senhora apenas ama..
BEijão ,artista magnífica!
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